Fisiologia Vegetal - Eu quero uma pra sobreviver!

É, com esse cenário verde novo no blog, essa proposta de falar um pouco sobre ciências e a prova de fisiologia vegetal que tenho que fazer amanhã a noite martelando na minha cabeça, não se podia esperar outro resultado: vou falar um pouquinho sobre os movimentos das plantas, pra rever as idéias pra prova de amanhã.

A primeira coisa que temos de saber ao falar sobre movimento das plantas é o conceito de tropismo. Tropismo é isso mesmo, o movimento das plantas. Mas é um movimento direcionado, em direção a ou contra um certo estímulo. Ele é desencadeado por fatores endógenos, internos da plantas, gens com programações específicas e esse movimento é sempre mediado por fatores hormonais. Os tropismos seguem uma divisão celular baseada no tipo de estímulo que a planta segue para crescer. Por exemplo, o Fototropismo: É o crescimento do vegetal em relação (a favor ou contra) a luz disponível no seu ambiente.  O tropismo pode ser positivo, do bem, quando a planta cresce em direção ao estímulo externo. (Ex, plantas que crescem na direção da fonte de luz disponível) ou negativo, não necessariamente do mal, mas essa nomenclatura quer dizer que a planta tá fugindo da luz, crescendo no sentido do escuro.

Na real, isso tudo tá relacionado com a auxina, que é o hormônio vegetal responsável por alongamento celular, ou seja crescimento. A auxina fica viajando, deslizando de um lado pra outro no coleóptilo, que é a pontinha da planta nene, onde existem uma série de informações genéticas sobre aquela planta. A auxina fica viajando lá no coleóptilo, deslizando de onde tem luz para onde está escuro, e provocando o crescimento celular nesse trajeto próprio dela! Auxina...

Mas esqueci de falar dos outros tipos básicos de tropismo. O Gravitropísmo - Bem, meio óbvio. O desenvolvimento da planta é orientado em relação à gravidade! Raízes crescem pra baixo, dã, seguindo as Leis do Tio Isaac (Newton), num gravitropismo positivo e os caules crescem pra cima, num crescimento chamado de gravistropismo negativo. Seguindo a lei... sei lá, da Teoria da Tensão Coesão (mas ela é muito grande pra ficar entrando em detalhes....).

Os tipos de tropismo que as plantas apresentam (não, a espécie aí ao lado não é Cannabis sativa!), variam conforme a espécie. Sabendo disso, uns caras aí do século passado pegaram algumas espécies vegetais que têm gravitropismo e começaram a fazer uns experimentos muito loucos! Eles prenderam um vaso com uma planta (acho que era Arabdopsis sp, mas só acho!), numa bancada, de forma que ela ficasse posicionada horizontalmente. Fizeram essa sacanagem com a bichinha, só pra ver pra que lado que ela iria crescer. E não deu outra! Apesar de estar posicionada horizontalmente, a planta que tinha tropismo do tipo Gravitropismo, se contorceu toda e as raízes continuaram crescendo no sentido da gravidade e caules e folhas continuaram crescendo para cima! Os caras ficaram de cara! (rss) e foram investigar mais a fundo a causa de tamanha determinação em crescer conforme uma programação genética prévia que as plantas tinham! Foi então que eles descobriram que as plantas gravitrópicas possuem estatólitos! Pequenos pesinhos, dentro da célula que vão fazer que sempre, sempre (no caso das espécies genéticamente programadas pra serem gravitrópicas) independentemente da posição que a planta esteja, raízes vão crescer pra baixo, e caule e folhas pra cima! Esses pesinhos são grandes moléculas de amido, que precipitam na célula e seguem o sentido da gravidade! (Mas não me perguntem o que aconteceria se mandassem essas espécies pra lua!)

Outros tipos de movimentos importantes que eu não posso esquecer: Geotropismo (cara eu adoro esse prefixo Geo! Tem a ver com uma matéria legal, que é geografia, tem a ver com solos, tem a ver com meus signos zodiacais, e me lembra um superhéroi que eu adorava da DC comics que se chamava Geoforça. O cara provocava terremotos e voava num bloco de pedra!) - são os movimentos de cresimento vegetais orientados em direção ao solo. Geotropismo tchan tchan tchan tchan! É um outro nome pra Gravitropismo, é exatamente a mesma coisa, o mesmo fenômeno, as mesmas espécies!

Por último o Quimiotropismo que é um movimento vegetal orientado em direção a algum recurso mineral que esteja escasso. Pode ser um movimento em direção à água também!

O Tigmotropimo é um tipo de tropismo bem interessante. São aquelas plantas que precisam de um toque pra crescerem! SE TOCA PLANTA, Vê se cresce! - Tigmotropismo é observado em plantas que tem gavinhas, aqueles espiraizinhos vegetais que a gente vê nas curcubitáceas, ou seja, abóboras, chuchu, morango. Acontece uma coisa louca com a concentração de hormônios auxina nessas espécies! Elas tocam alguma coisa, um bicho ou uma superfície qualquer como um muro e então elas ficam.... digamos... excitadas e toda a concentração de auxina que estava naquele lado desaparece, por gradiente de concentração e vai para o outro lado, preencher outras células, alongando quem ela encontra pelo caminho, e é assim que elas vão se enrolando, enrolando, enrolando... Elas são super enroladas, essas espécies que tem tigmotropismo.


Os Nastismos são uns movimentos mais precisos e específicos de algumas espécies vegetais. Elas precisam de um estímulo externo pra acontecerem, tipo um toque, uma temperatura ideal, uma presa (presa? isso mesmo!), mas o movimento em si, não segue, necessariamente o sentido do estímulo nesses casos. Exemplos - fotonastismo, que é a abertura de flores em resposta à presença ou ausência de luz. Tigmonastismo, é o fechamento de folhas, como nas plantas carnívoras (insectívoras, na verdade) ou quando aquela dormideira fecha as folhas. Eu sempre curti a dormideira e era uma informação que estava bem na minha cara, muito simples, mas só essa semana eu percebi que ela é uma Mimosácea, uma família botânica que gosto bastante. Bem mimosa!

Bom, na base DESSAS folhinhas aí, ou folíolos para usar uma nomenclatura mais correta, existem umas pequenas estruturas, que sustentam os folíolos e são chamadas de pulvinos. Os pulvinos são como pequenas fechaduras, responsáveis pelo movimento de "abre-fecha" da Mimosa pudica. Esse tipo de movimento é explicado como sendo uma mudança súbita na pressão de turgor das células vegetais desses folíolos. O louco e curioso de se observar e debater isso é pensar que a partir de um toque qualquer toda ou quase toda a água que existe nas células vegetais se desloca, a célula praticamente murcha de um instante para outro! Isso é mudança na pressão de turgor: as folhas murcham de repente e por isso se fecham. O que me deixa de cara é observar o quanto isso acontece de forma rápida (e misteriosa!). E a culpa é do Fitocromo mas isso está no post Fisiologia Vegetal - Eu quero uma pra sobreviver (parte II)

Eu ainda preciso saber sobre Plantas de Dia Longo e Dia Curto, Floração e Fotoperiodismo, mas a coisa aqui começa a ficar um pouquinho mais complexa.... O post já está grandinho e eu pretendo manter a saúde mental dos meus amigos e leitores, portanto, continuamos na próxima blog-aula!

Beijos verdes!





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