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Mostrando postagens de junho, 2011

TARTARUGAS AO RESGATE

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RECOLONIZAÇÃO DE ILHAS E MESMO DE CONTINENTES PODERIA PROVAR UM EFETIVO MÉTODO PARA REVERTER CATÁSTROFES ECOLÓGICAS. David Bello Tradução: Waldir Neto         Os europeus fizeram suas explorações  pela ilha-nação de Mauritius adentro, e essas explorações ficaram conhecidas principalmente pela eliminação do pássaro dodo no ano de 1700. Menos conhecido foi  seu impacto sobre a ilha mauritiana conhecida agora como Ile aux Aigrettes, onde eles exterminaram camaleões gigantes e tartarugas e cortaram o ébano nativo para lenha.       Em 1965, a imensa área desmatada de 25 hectares da ilha foi declarada como uma reserva natural. Mas, mesmo na ausência do desmatamento, as florestas de ébano de crescimento lento falharam em seu desenvolvimento. Por que? Porque elas haviam perdido os animais que comiam seus frutos e dispersavam suas sementes.  Então, em 2000 os cientistas realocaram quatro tartarugas gigantes para os arredores do atol de Aldabra em Seychelles (seja lá onde isso for!), e em 2

Mirmecocoria - na reta final

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Bom, estou há dois anos quebrando a cabeça,  buscando um método que comprove a hipótese da fuga do predador para espécies arbóreas que realizam a síndrome de dispersão do tipo mirmecocórica. A literatura ecológica diz nessa hipótese, basicamente, que o fato das formigas carregarem as sementes para longe da planta parental diminui a pressão por predadores (besouros, no caso específico da planta com que trabalho) e garante a germinação da semente. Estou trabalhando com uma espécie arbórea pioneira, bastante comum nas matas ciliares de estados centrais brasileiros como MG, RJ, SP, DF, GO, MT, MS, a Croton urucurana. A Croton urucurana é uma espécie relativamente fácil de se trabalhar, já que ela é generalista, ocorre em todo lugar. Suas sementes são  minúsculas e contêm uma pequena camada lipídica, chamada elaiossomo, que é aproveitada pelas formigas dispersoras como alimento. Acontece que essa hipótese da fuga do predador foi raramente testada em plantas que realizam essa síndrome de

Joisten Gaarden X Richard Dawkins

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Galera, Estou empolgadíssimo terminando de ler o livro O dia do Curinga, de Joisten Gaarden, mesmo autor de O mundo de Sofia. ( E de outro, excelente e triste chamado O outro lado do Espelho). Nesse livro do Gaarden há um paralelo entre um mundo fantasioso e a filosofia, na vida real, e acabei encontrando nisso também um paralelo com a Teoria da Evolução das Espécies. O livro é cheio de metalinguagem, conta a história de um garotinho, filho de um filósofo que está viajando com o pai pela Europa a procura da mãe que fugiu para se encontrar e virou modelo na Grécia. Certo dia, numa padaria de uma cidadezinha um padeiro dá um pãozinho de presente para o menino e diz que tem uma surpresa. E dentro do pão o menino encontra um mini livrinho e ao longo da viagem o garotinho vai lendo o livrinho, que de certa forma parece que vai contar a história do próprio menino e  o menino tem tantas reflexões que parece que sou eu mesmo lendo a história (ou qualquer outro leitor). Metalinguagem dupla,

DOE SEU CÉREBRO, SALVE ALGUÉM!

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(p.s. - O título original do texto é Donate your Brain, Save a Buck) Buck significa macho ou gamo (um cervídeo), mas não encontrei nenhuma relação no texto com gamos, machos, ou gamos machos... Não achei o contexto dessa palavra então adaptei. Vamos lá! TEMPOS DIFÍCEIS ESTÃO TORNANDO A DOAÇÃO DE TECIDOS MAIS ATRAENTE A grande recessão mudou a maneira de muitas pessoas viverem - e suas repercussões parecem estar alterando a forma com que algumas pessoas escolhem morrer. Pelo menos dois proeminentes bancos de tecidos tem visto um aumento no número de indivíduos que estão interessados em doar seus corpos para pesquisa em troca de um desconto nos custos funerários. O Instituto de Pesquisa em Saúde Grande Sol, próximo de Phoenix (EUA) recebe geralmente  algo em torno de mil requisições para fazer doações todos os anos.  Esse número aumentou em 15% desde o início da recessão em 2008, e a lista de espera para doadores tem aumentado. "As pessoas tem tido uma menor avaliação de seus 401

PERDEMOS PARA O "DESENVOLVIMENTO"?

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Foi aprovada hoje, pelo IBAMA a concessão para construção, instalação e funcionamento da usina hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu, estado do Pará. A empresa Norte Energia, responsável por esse desastre ecológico, dará uma contrapartida de 100 milhões de reais para projetos de conservação do rio Xingu, mas é claro, óbvio, off course que esse dinheiro será desviado e financiará projetinhos "meia boca" enquanto o restante da verba é desviada e todo um ecossistema desaparece! A porcaria vai cobrir um trecho de 100 km do rio Xingu, e será uma das maiores do mundo! ENTENDENDO O PREJUÌZO A construção da usina tem opiniões conflitantes. As organizações sociais têm convicção de que o projeto tem graves problemas e lacunas na sua formação. [7] [27] O movimento contrário à obra, encabeçado por ambientalistas e acadêmicos, defende que a construção da hidrelétrica irá provocar a alteração do regime de escoamento do rio, com redução do fluxo de água, afetando a flora e fauna loc