TARTARUGAS AO RESGATE

RECOLONIZAÇÃO DE ILHAS E MESMO DE CONTINENTES PODERIA PROVAR UM EFETIVO MÉTODO PARA REVERTER CATÁSTROFES ECOLÓGICAS.
David Bello
Tradução: Waldir Neto

        Os europeus fizeram suas explorações  pela ilha-nação de Mauritius adentro, e essas explorações ficaram conhecidas principalmente pela eliminação do pássaro dodo no ano de 1700. Menos conhecido foi  seu impacto sobre a ilha mauritiana conhecida agora como Ile aux Aigrettes, onde eles exterminaram camaleões gigantes e tartarugas e cortaram o ébano nativo para lenha.
      Em 1965, a imensa área desmatada de 25 hectares da ilha foi declarada como uma reserva natural. Mas, mesmo na ausência do desmatamento, as florestas de ébano de crescimento lento falharam em seu desenvolvimento. Por que? Porque elas haviam perdido os animais que comiam seus frutos e dispersavam suas sementes.  Então, em 2000 os cientistas realocaram quatro tartarugas gigantes para os arredores do atol de Aldabra em Seychelles (seja lá onde isso for!), e em 2009 um total de 19 tartarugas habitavam a ilha, comendo as grandes frutas e deixando para trás mais de 500  densos fragmentos com mudas. A equipe publicou seus resultados em abril no jornal Current Biology.
      Nessa minúscula ilha, pelo menos, a recolonização parece ter funcionado e isso incentivou outros projetos de restauração ecológica em plena sexta extinção em massa na história da Terra. Conservacionistas europeus receberam 3,1 milhões de euros para começar a trazer bisões, bovinos e cavalos de volta para terras cultiváveis "abandonadas" em locais como a Espanha Ocidental ou as Montanhas Carpatianas. Ecólogos propuseram o repovoamento de partes dos Estados Unidos com elefantes, que poderiam substituir os extintos mastodontes. *(Que beleza, hein?! Já pensou o estrago?). Os holadenses, por sua vez, já construíram o equivalente a um Parque do Pleistoceno em Oostvaardersplassen, com a adição de cavalos Konik (espécie introduzida? Nativa de onde?) e vacas Heck  para substituir os extintos cavalos e vacas. 
      Claro, os humanos têm um histórico misto de registros no que concerne à sua interferência em sistemas ecológicos naturais - a introdução do sapo de bengala na Autrália para o controle de outras pestes resultou numa marcha de destruição pelo continente afora.  "Não há garantias nas tentativas de manipulação da natureza," nota  o ecólogo Mark A. Davis da Faculdade Macalester em Minnesota. Outros argumentam que os humanos devem consertar o que estragaram.  "Não há local nesse planeta, no qual os humanos não tenham interferido, e é a hora para nos tornarmos ativamente envolvidos com engenhosas soluções", diz o biólogo-marinho Ove Hoegh-Guldberg da Universidade de Queensland, Austrália. "Nesse ponto, não há outra opção, senão a a extinção".

P.S. - As imagens são das verdadeiras tartarugas gigantes de Aldabra! Aldabra é perto de Madagascar e Seychelles o nome do arquipélago! Olha ele na foto! 









FONTE: TORTOISES TO THE RESCUE - Scientif American July 2011.


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