APRENDIZAGEM - Métodos e discussões.

RELATÓRIO DE LEITURA – MÓDULO II – APRENDIZAGEM

TEXTOS LIDOS :

1 - Ensinar Ciências por investigação: em que estamos de acordo? (Munford / Castro Lima)

2 – REFORMAS E A REALIDADE: O caso do Ensino de Ciências (Krasilchik)

Particularmente, ainda não aceito que todo o currículo educacional, tanto no Brasil quanto em diversos outros países, seja tão focado para treinar pessoas cujo principal objetivo na vida é o desenvolvimento de habilidades científicas. O que há por trás desse pensamento já tão infiltrado em todos os segmentos da sociedade? Desenvolvimento científico é associado a poder, principalmente poder econômico. Eu gostaria que o objetivo final dos processos de aprendizagem na escola fosse a formação de pessoas, indivíduos que reconhecem o próprio potencial e que sabem como aplicar esse potencial de maneira criativa e crítica na sociedade e não somente o treinamento de “soldados do capitalismo”, capazes, única e exclusivamente de se arriscarem a aplicar o método científico. (“Capazes de se arriscarem”, porque a ciência que é dada na escola é pré-moldada, cortada, simplificada. Bastante diferente da ciência praticada nos laboratórios e universidades, então um aluno hoje sai do segundo grau apenas com uma noção do método).

Essas idéias de formação humana ainda estão muito no campo teórico e na realidade a ciência retalhada ainda é muito presente nos currículos e nas aulas dadas na escola. Como não temos como fugir disso, um método mais humano de ensinar ciências é o ensino por investigação. O ensino por investigação propõe desafios aos alunos, tira os estudantes das situações de comodismo e os coloca para buscar informação e construir o conhecimento.

O interessante do ensino de ciências por investigação é o fato do professor ter oportunidade de tentar fugir do modelo de ensino de ciências pronto e compartimentalizado. Com o ensino por investigação, o estudante pode problematizar o conteúdo que lhe é apresentado e propor novas teorias e resultados e dessa forma pretende-se aproximar a ciência ensinada em sala de aula da ciência praticada pelos cientistas.

Além de estimular o desenvolvimento do raciocínio e a capacidade para detecção e solução de problemas, o ensino por investigação tem como uma de suas metas familiarizar o estudante de Ensino Médio com o método científico praticado nas Universidades e Institutos de pesquisa.

No texto “Reformas e Realidade”, Myrian Krasilchik faz um panorama do currículo escolar brasileiro no ensino de ciências, a partir da década de 50. A organização do currículo muda conforme as mudanças políticas, culturais e tecnológicas aconteciam no mundo. Um dos pontos que achei interessante no texto é a descoberta das causas que estão por trás da formação do currículo. “Ah, então é por isso que tive que estudar isso nessa ordem?” Enquanto biólogos, sabemos que não há capacidade de suporte, não há matéria prima no planeta, a longo prazo, para sustentar o ritmo do desenvolvimento científico-tecnólogico, ou o desenvolvimento desenfreado. Apesar disso, ao longo das décadas, a tendência do currículo escolar foi se voltando para a formação de um cidadão com habilidades, ou noções científicas e desenvolvimentistas. A Myrian conta que quando começou esse movimento, na década de 60 nos Estados Unidos, uma maior ênfase era dada aos currículos das disciplinas científicas, como Química, Física e Biologia, com a intenção de fortalecer a hegemonia norte americana na conquista do espaço.

A autora relata ainda como a prática de observação e indução de comportamentos “aceitáveis” influenciava a educação nos anos 60. No início da década de 70, as idéias de Jean Piaget ganham força e um enfoque construtivista é trabalhado nas escolas brasileiras. Na modernidade, soma-se a todas essas correntes pedagógicas a utilização das novas mídias, o aporte tecnológico que se desenvolveu nas últimas décadas e estão cada vez mais presentes nas salas de aula como ferramentas didáticas.



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